Responsabilidade emocional: a matéria que deveria ser ensinada na escola
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Custa zero real colocar-se no lugar do outro, então não faça para o próximo o que não gostaria que fizessem para você.
Nunca estivemos tão perto, porém tão longe (por favor, não subestime o texto pelo começo clichê). A tecnologia (digital e de transportes) nos possibilita conhecer lugares e pessoas numa velocidade nunca antes vista. Mas isso não quer dizer que estamos mais próximos.
Na época dos desbravadores e suas caravelas, mandavam-se cartas para avisar sobre a chegada de alguém. Reis recebiam até cartas com aviso que seu território seria invadido. Dando um salto histórico, já ouvi histórias em que se usava muito o rádio para mandar recados, no estilo: “O João avisa seu compadre Miguel que vai lhe fazer uma visita, é pra preparar o almoço que ele chega no final de semana.”
Mas onde foi que essa empatia se perdeu?
O “depois eu respondo” virou rotina e errado está quem cobra atenção. Demonstrar interesse está quase virando um cybercrime. Será que a solução é ensinar na escola a tal da responsabilidade emocional para lembrar a importância do comprometimento nas relações? E quando digo relações, não penso somente nas amorosas, mas também nas familiares e principalmente nas amizades.
Todo mundo tem compromissos, não se sinta melhor do que ninguém por trabalhar oito horas, ficar no trânsito, cuidar da casa e ainda achar tempo para você (estudar, cuidar-se, etc.), Isso não lhe dá o direito de minimizar o sentimento do outro.
“Meu amigo vai entender.” Não, às vezes, ele não vai. Num dia, com mais de 20 conversas, às vezes, a resposta mais importante é aquela que não vem, ou seja, aquele convite para tomar um café, cuja resposta levaria 30 segundos para ser escrita. Menos de um minuto num dia com 1.440 minutos.
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É sério mesmo que você não pode retribuir a atenção? É sério mesmo que é normal demorar 12 dias para mandar um “pode ser”?
Precisamos normalizar a sinceridade de um “não” (quando dito de forma cordial). “Não posso” ou “não consigo hoje” são infinitamente melhores do que um “vou ver”, “depois te falo” e os piores de todos: o “sim” que nunca vai acontecer ou a ausência de resposta. Custa zero real colocar-se no lugar do outro, então não faça para o próximo o que não gostaria que fizessem para você.
A tecnologia, em vez de encurtar distâncias, está transformando as pessoas em meros cliques. É um coraçãozinho aqui, um “haha” ali, e algumas pessoas acham que isso é demonstrar interesse. Em vez disso, chame para sair e vá ao encontro. Comece uma conversa e responda às perguntas. Faça um questionamento e ouça o áudio. Cultive suas amizades através das redes sociais e pare de deixar para depois seu amigo que pode estar precisando de você AGORA.
Particularmente, já tirei da minha vida quem banaliza a responsabilidade emocional, porque em momentos de vulnerabilidade, eu não tinha ao meu lado (mesmo que por só 30 segundos) quem eu precisava.
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